domingo, 26 de outubro de 2008

Raul Seixas já avisava que não queria ser prefeito, mas se Raulzito desprezava a possibilidade de ocupar a chefia do executivo municipal, a maioria dos nossos prefeitos gostaram da coisa, e dos 20 que tentaram reeleição nas capitais, suprendentes 95% foram reeleitos no pleito que findou no dia 26 de Outubro. Agora fico eu aqui, pensando as razões para tamanha aprovação de nossos prefeitos...

Quais as causas disso? Estaria o povo brasileiro tão satisfeito com as atuais administrações municipais? A máquina pública entrou na campanha e foi a fiel da balança? Mas isso com todas as retrições da lei eleitoral e principalmente da Lei de Responsabilidade Fiscal? Seria um reflexo do aumento do padrão de vida da classe média baixa? Uma repulsa maior do eleitorado à novidades, e uma preferência pura e simples por quem já é o prefeito?

Eleição municpal é difenciada, não adianta... Com raras excessões, a força pessoal é muito mais forte do que a o partido ou visão política do candidato; um voto para presidente é um voto macro, vota-se pensando na econômia nacional como um todo, as fontes de trabalho que se prometem ser criadas, o posicionamento em relação às riquezas naturais do Brasil, e o partido tem uma força incrível, não por acaso as últimas 4 eleições presidenciais foram decididas entre PT e PSDB. O voto para prefeito é o voto no cara que "mandou asfaltar a rua da minha casa", construiu uma creche no bairro (quem sabe isso ajude a responder a questão que coloquei inicialmente), é um voto onde se percebe mais cotidianamente a influência política de um candidato.

Eleições onde canditados concorrem a reeleição tem um quê de referendo, a decisão fica sempre entre votar pela continuidade ou escolher entre as outras opções, nas eleições que acompanhei melhor esse ano não se poderia ter segundo turno e não haviam candidatos majoritários à reeleição, mas no Rio Grande do Sul mesmo, dois foram os canditados a reeleição no segundo turno, os dois saíram com a vitória após o fechamento das urnas. Os atuais prefeitos de Porto Alegre e de Pelotas, Fogaça e Fetter, respectivamente, seguirão no comando da administração municipal. É um voto de confiança que a população dá, a certeza de que trabalho está sendo feito de forma correta? Talvez... Mas certamente a aprovação da gestão e a renovação das expectativas, mesmo que sintetizadas no mesmo canditado...

Alternância de poder é algo extremamente saudável para a democracia, mas ao mesmo tempo 4 anos é relativamente pouco para que se crie e desenvolva projetos que tragam benefícios sociais de fato; as campanhas políticas abordam isso, em muitos casos como forma de inserir no eleitorado um medo de que um benefício seja retirado ou um projeto importante seja abandonado, é uma tática válida? Nem sempre, mas tem um fundo verdadeiro. Vivemos em um país onde interesses eleitoreiros são colocados acima de interesses sociais e apenas por ser um projeto da administração passada ele não vale mais. É fácil entender o motivo: pense numa cidade como Santa Maria, por exemplo, quantas pessoas a prefeitura de Santa Maria emprega? Quantos cargos para beneficiar politicamente alguém ligado ao partido? Quando dinheiro Santa Maria tem de repasses federais e estaduais por ano? E em 4 ou 8 anos? Todo mundo quer prefeitura, tudo mundo (menos o Raul), quer ser prefeito, mas tirar os atuais não foi tarefa fácil em 2008, nas capitais apenas Serafim Corrêa, prefeito de Manaus, tentou e não conseguiu se eleger, o ex-prefeito e ex-governador Amazonino Mandes comandará a capital do Amazonas, quam sabe aí se percebe outra característica de nossa política, falta renovação, se estivesse entre nós, Raul Seixas era uma boa (tá, mas nada de Paulo Coelho pra chefe da casa cívil e muito menos para pasta da cultura, por favor).

sábado, 4 de outubro de 2008

Esperando voltar a vida normal...

Não vou dar uma de "mãe Diná" agora, futebol eu comento amanhã e eleições na segunda...

Depois de uma semana um tanto puxada, que culminou numa tranqüila e inesquecível sexta-feira (principalmente por uma certa presença aqui), o blog volta ao seu percurso natural, e creio que a minha vida também, com mais livros para ler, a bem da verdade... mas isso estava nos planos e não era de hoje.

Vargas Llossa em espanhol, Dan Brown em inglês e pra não perder o costume de ler algo em português traduções de Julio Verne, Khaled Hosseini e Markus Zusak, espero terminar todos (e talvez outros) até o final do ano...