sábado, 13 de setembro de 2008

Amor em uma Concepção Própria

Para Débora

Nunca me atrevi a escrever sobre esse assunto, foge completamente do meu estilo, não é em nada objetivo, todo cheio de nuâncias, de detalhes. Muito já se falou sobre o tema, mas é um consenso que o amor exige uma entrega, uma dedicação. É diferente da simples vontade do sexo e da efemeridade da paixão, porém não sobrevive sozinho, tornando-se apenas uma amizade.

Para mim o amor não é um sentimento imutável, é bem mais tranqüilo e estável, entretando a tranqüilidade demais pode atrapalhar, a aparente estabilidade de um relacionamento pode cegar e apagar sentimentos e prazeres. Amor nos deixa com medo de perder, é por isso que Jabor diz que é um sentimento egoísta, diferente do altruísmo que o papa Bento XVI coloca como a maior manifestação do amor, representado pela entrega total, prefiro dizer que é um misto de ambas; manifestado de diferentes formas, nos entregamos para mostrar o quão importante tal pessoa é, mas para que sentir e querer demonstar amor a uma pessoa que não amamos? Não faz sentido. O ciúmes é a manifestação instintiva do egoísmo do amor, queremos nossos companheiros (as) apenas para nós, é natural... É outra prova de amor, amamos mais em momentos assim...

Talvez eu seja utópico demais, mas como conseqüência do amor, ou mesmo do medo de perder que todos temos, considero amor e paixão coisas complementares. Amor nos deixa com vontade de estar junto, a paixão é o que nos move quando estamos, amor não muda, paixão sim... Minha forma de paixão já deve ter mudado umas 15 vezes só nesse ano, o amor foi sempre o mesmo. É essa a minha concepção de amor, um estado constante de diferentes tipos de paixões, que voltam, que se diferem, que reaparecem, recriam-se e tranformam-se, o fato dessas mudanças constantes de paixões tornarem-se o que chamamos de amor é manifestada no altruísmo da entrega e no egoísmo de querer exclusividade, e também em todas as variáveis possíveis e não menos comuns, cada amor é único também.

P.S: Os textos mencionados de Arnaldo Jabor e Joseph Ratzinger pode ser conferidos na crônica Amor e Sexo e na encíclica Deus caritas est, respectivamente.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


Recém-lançado Death magnetic é o mais novo álbum do Metallica, confesso que ainda não o ouvi (problemas técnicos no meu pc), mas pelo que tenho lido e ouvido a respeito, é excelente. Considerado pela crítica um álbum que não deixa nada a desejar aos primeiros trabalhos da banda e muito superior aos trabalhos mais recentes como Load, Reload e St. Anger, o disco recupera o espírito inicial do Metallica e consegue ser o primeiro a suceder o álbum preto à altura.

Eu vi a repercurssão que teve algumas músicas que vazaram na internet, e antes de ler sobre o trabalho completo, não tinha achado mesmo grande coisa, mas estou ancioso. Como diria minha amiga Joice Cantini, as comunidades do tipo "Eu adoro Metallica antigo" terão que mudar de nome. É ótimo saber que a banda californiana considerada a maior de metal da histórica voltou a fazer um álbum que faz jus à fama. O site de notícias G1, citando a edição americana da Rolling Stone, compara Death magnetic à invasão da Georgia pela Rússia, onde uma potência adormecida invade com toda a força e agressividade que um dia possuiu.

Não só quero ouvir o disco como também tocar. Não, não adquiri nenhum talento musical, minha inteligência musical beira ao ridículo, mas é que descobri que a banda liberou o novo álbum para o Guitar Hero, um game que é tipo um "karaokê" de guitarra, eu gosto dele, compenso a minha frustração de não conseguir tocar nenhum instrumento que exija mais de um baiano tocando tambor.

Outro motivo por aguardar a chegada de Death magnetic é a terceira versão de The Unforgiven, eu comentava com a Joice, acho a primeira perfeita, na verdade, acho uma das melhores músicas da história, a segunda eu acho uma bosta, e pelo que li The Unforgiven III é uma excelente música, bem elaborada e criativa.

Acho que ainda essa semana poderei ter um veredicto sobre álbum, mas a expectativa é a melhor possível...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Contratio Sensu - A Volta

Depois de um tempo hibernando, o blog volta e agora volta para ficar, afinal despejarei aqui tudo aquilo que me der vontade, e a facilidade de ter internet disponível a qualquer hora fará com que isso seja um espaço utilizado a exaustão.

É verdade que não tenho as madrugadas livres para isso, infelizmente passarei a maioria delas fazendo aquilo que de pior se pode fazer em uma madrugada, dormir. Um reflexo de minhas obrigações, pois para mim esse período é o mais proveitoso do dia, e as mentes maliciosas não pensam que é proveitoso apenas para "aquilo", é ótimo ocupar uma madrugada com esse tipo de "prazer", mas há outras formas igualmente deliciosas...

Um exemplo: a falta de madrugadas disponíveis tem atrasado em muito a minha leitura de Ensaio Sobre a Cegueira, do português e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago. Quem sabe se o texto de Saramago não forçasse tanto o preparo físico e psíquico do leitor eu já teria terminado durantes os intervalos entre uma aula e outra, mas a exigência disponível para ler Ensaio eu só alcanço nas madrugadas, em três delas conseguiria devorar pelo menos duas vezes as 310 páginas do livro.

Para quem nunca leu nada do Saramago ou mesmo não conhece a estrutura de texto do autor talvez seja necessário uma explicação básica: os parágrafos chegam a 4 páginas inteiras, não há pausas na fala dos personagens e nem mesmo uma indicação de quem está falando, é uma prosa pura, no sentido mais arcaico da palavra, é como se o autor estivesse narrando oralmente a história para alguém, sem preocupações com a estrutura do texto. Particularmente, achei isso incrível, acho que precisamos disso, de escritores não tão fáceis e que te entregam a história de forma tão pronta e bonitinha.

Aliás, essa é a crítica que foi feita ao filme inspirado no livro, um filme difícil. Como não fui na abertura de Cannes, perdi a oportunidade de ver o trabalho de Fernando Meirelles (de Cidade de Deus e O Jardineiro Fiel), mas ainda chegará nos cinemas das médias cidades brasileiras, ou mesmo na locadora mais próxima de casa. Então eu assistirei à Blindness, de preferência de madrugada e sozinho, e saberei se é mesmo tão difícil como eu o quero.